Venezuela Taxa Importações Brasileiras em Até 77% Sem Explicação, Afetando Acordos do Mercosul
- FABIO FREITAS
- 25 de jul.
- 2 min de leitura

De surpresa, a Venezuela impôs tarifas que chegam a 77% sobre as importações de produtos brasileiros. A medida, que atingiu bens com certificados de origem que deveriam estar isentos de alíquotas de importação por um acordo de 2014, pegou o Brasil e outros sócios do Mercosul de surpresa.
Empresários de Roraima, o estado brasileiro mais impactado pela decisão, foram informados que a retomada da cobrança de tarifas também se estende à Argentina, Paraguai e Uruguai. Esses países também possuíam acordos bilaterais de isenção com a Venezuela.
Impacto e Falta de Justificativa
A nova tributação venezuelana ocorre dias antes da entrada em vigor de uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para a próxima sexta-feira. No entanto, o governo venezuelano não ofereceu qualquer explicação para a medida unilateral.
Segundo Eduardo Oestreicher, presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio de Roraima, a isenção desses produtos — majoritariamente alimentícios, no caso do Brasil — era prevista para terminar gradualmente ao longo dos anos. Contudo, o governo do presidente Nicolás Maduro decidiu retomar a cobrança de forma abrupta.
"Na sexta-feira, dia 18, fomos surpreendidos com a cobrança total do imposto ad valorem (cobrado sobre o preço do produto). Não sabemos se foi por razão política, técnica ou foi um erro deles", disse Oestreicher ao Globo. Ele acrescentou que já solicitou ajuda à Embaixada do Brasil em Caracas.
Relações Abruptas e Questões Políticas
As relações entre Venezuela e Brasil estão abaladas desde julho do ano passado, quando o governo brasileiro não reconheceu o resultado da eleição de Nicolás Maduro. O pleito foi amplamente questionado pela oposição, e Maduro nunca apresentou documentos que comprovassem sua vitória. Pela mesma razão, a Venezuela rompeu relações com a Argentina, e a embaixada do país vizinho em Caracas está atualmente sob a custódia do governo brasileiro.
Ainda não há informações sobre possíveis medidas retaliatórias ou negociações para reverter a decisão venezuelana.
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